Ap Bueno Júnior.
Sei que esta afirmação deve soar pejorativa, principalmente sendo declarada por um líder espiritual como sou; sei que apesar do modesto acesso que meu blog tem tido ultimamente, frutoimage001[4] da falta de constante atualização, como consequência de minha apertada agenda esta reflexão poderá dividir opiniões; sei que quando expomos um ponto de vista somos alvos de julgamentos. Por saber de tudo isso, peço-lhe apenas que leia na íntegra este artigo e depois tome a atitude que lhe for conveniente.
Como ministro do evangelho, sempre cri, defendi e propaguei que o poder do evangelho é supremo em todas as esferas e em todas as instâncias; entretanto com a afirmação que dá nome a este artigo, sou forçadamente levado a admitir que, pelo menos no Conselho de Obreiros e Ministros de Açailândia COMEA o evangelho não tem lá, tanto poder assim! Quem diria!
Num colegiado onde a máxima deveria ser a busca pela unidade do povo de Deus; a intercessão pela libertação de nossa terra das mazelas que a oprimem, fruto de uma escravidão espiritual, o assunto em voga agora é outro: A SEDE PELO PODER.
Sou pastor em Açailândia há mais de 12 anos e tenho saudade de companheiros como Pr Uziel (PIB), Pr Otoniel da (Ig Presbiteriana), Pr Joventino (Ig Cristã Evangélica), Bispo Glaidson (Igreja de Cristo), dentre outros. Tenho saudade de nossas reuniões que tinham como tônica forte a comunhão e a oração. Nos reuníamos sob a égide do amor, no princípio de sermos um em Cristo Jesus. Mas… esse tempo passou; se humilhar diante de Deus ficou inócuo, sem sentido para os pares de hoje!
Entendo que um Conselho de pastores de uma cidade não pode ser institucionalizado, para não correr o risco de se ver o que acontece hoje em Açailândia. Considerando que cada pastor e cada igreja está ligada a uma instituição eclesiástica, não há necessidade de ser criar ou se filiar a mais uma, pois nenhum corpo pode estar ligado a duas cabeças, isto é anomalia. O conselho não pode ter outro propósito senão o de tornar a presença de Cristo real na igreja através da comunhão do organismo vivo de Cristo e não da organização.
Me lembro que, antes do conselho ser corrompido e se tornar o balcão de negócios que hoje se vê, tínhamos orações fervorosas, quando os rostos eram banhados de lágrimas e nossas questões eram colocadas com fervor diante do altar do Senhor! Lembro-me saudosista dos momentos que nos ajoelhávamos e orávamos calorosamente uns pelos outros e sentiamos a real presença de Deus. Isso é coisa que não existe mais!
O que tem se visto é o caminho contrário. Igrejas que para fazerem parte impoêm mudança na estrutura do conselho, para abrigar seus caprichos pessoais. A oração perdeu lugar para a negociata e líderes promovem mega-culto em praça pública, não para exaltar o nome do Senhor, mas para mostrar seu poder de força, e detrás das cortinas do poder negociar a ingenuidade do povo de Deus.
Há alguns meses atrás, um sério pastor de uma sólida igreja da cidade quase foi execrado do conselho porque propôs uma unção profética sobre a cidade! Trataram do assunto como se fosse denominacional, sem nem mesmo respeitar a isenção doutrinaria e teológica que era a marca do Conselho. Isso não é atitude de um conselho de pastores sério. Mas na verdade os interesses são outros...
Para a eleição deste pleito, que veio forjada de unidade, por uma única chapa espuriamente negociada, a idéia que se passa é que o “povo de Deus está unido”. Ledo engano, a ingenuidade do povo de Deus está sendo negociada de forma vergonhosa.
Já começaram as costuras de quem indica quem para o próximo pleito político partidário; quem apóia quem; já estão se engalfinhando para assegurar seu lugar nos palanques da corrupção.
Tenho orado para que Deus sare a nossa nação e nos dê governantes segundo o seu coração, mas o que o COMEA tem vivido entristece o nosso coração. Não se busca um governo justo, mas uma negociata espúria em nome do povo de Deus.
Infelizmente, a união que o evangelho não conseguiu fazer em Açailândia, o desejo sórdido pelo poder tem conseguido! Por si só isto é um depoimento de quanto se está distante de jenuíno evangelho de Cristo.
Com certeza aparecerão “defensores da verdade” vociferando arrogância contra esta opinião, mas aguarde o desenrolar dos fatos; deixe aproximar as convenções partidárias e você me dirá quem está com a razão!
Apesar de tudo isso, continuo membro do COMEA, apesar de minhas ausências, fruto de meu trabalho nas lides do evangelho, a não ser que minha opinião os incomode a ponto de criarem uma situação para me desligar, o que não me surpreenderia! Já vi este filme outra vez. Continuo na esperança que o nosso conselho retorne aos princípios dos quais nunca devia ter se afastado. Continuo orando pelos meus companheiros na esperança que prevaleça a máxima do evangelho de que o reino de Deus seja paz, amor e alegria no Espírito.
No amor de Cristo e pelos laços do calvário,
Ap Bueno Júnior.
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