quarta-feira, 13 de abril de 2011

Imagens ajudam a reconstituir tragédia em escola do Rio

Elas foram captadas por cinegrafistas amadores e também pelas câmeras de vigilância da escola. A câmera da escola mostra o momento em que o atirador foi atingido.

 
Ao longo das mais de 36 horas que se passaram desde o ataque em Realengo, imagens daqueles momentos foram surgindo. Elas foram captadas por cinegrafistas amadores e também pelas câmeras de vigilância da escola e permitem recontar, praticamente passo a passo, tudo o que aconteceu.
Era para ser um dia de aula, como outro qualquer. As câmeras de segurança da escola mostram as crianças chegando.
O professor entra de mãos dadas com uma aluna. As meninas, mais pontuais, são maioria.
Quando elas já estão dentro da sala, meninos passam no corredor. Nesse momento, aparece Wellington Menezes de Oliveira.
Alguns dos alunos estranham a presença dele e olham para a bolsa que o atirador carregava. Wellington espera que todos entrem para começar o massacre.
Ao escutar os primeiros tiros e a gritaria, uma pessoa que passava na rua liga a câmera do telefone celular e corre em direção à escola. As imagens foram postadas no site Youtube.
O massacre começou na sala 4, de uma turma do oitavo ano, no segundo andar do prédio.
Depois, Wellington seguiu para a sala 5, em frente à primeira, onde fez mais disparos.
Nas imagens da câmera do corredor da escola, alunos da sala 4 fogem, desesperados. Alguns caem ao tentar escapar do assassino. Um garoto, desorientado e aparentemente ferido, protege o ombro.
Depois, são as crianças da sala 5 que correm. O professor, que ficou na porta, só saiu quando a maior parte das crianças conseguiu fugir.
Depois, é possível ver Wellington saindo de uma sala para outra. Ele recarrega as armas com uma rapidez impressionante e entra de novo para matar.
Em seguida, vai até o início do corredor, perto da escada, dá meia-volta e caminha novamente em direção à sala 5, com a arma na mão.
As imagens do Youtube mostram, do lado de fora, a chegada da polícia. Crianças, em pânico, deixam a escola, feridas, e ficam na calçada à espera de socorro.
É possível ouvir, novamente, o que parecem ser tiros. Na entrada do prédio, uma mãe se desespera.
A câmera da escola mostra o momento em que Wellington é atingido por um tiro, provavelmente do sargento Márcio Alves.
O sargento, sem saber ainda se o atirador tinha comparsas, recebe a cobertura de dois colegas. Eles entram na sala 4 e encontram crianças mortas.
Os sobreviventes da sala 5 saem com a ajuda dos policiais.
Imagens feitas pela equipe da Rede Globo revelam o local em que Wellington foi baleado. Há marcas de sangue na parede.
Mesmo ferido, ele conseguiu chegar à escada. De acordo com a polícia, deu um tiro na cabeça e morreu.
Um cinegrafista amador registrou a imagem do assassino morto. Crianças passam ao lado do corpo. No meio da confusão, pais tentam encontrar os filhos. Feridos são retirados às pressas e esperam a remoção em macas.
Um outro cinegrafista amador gravou a revolta da população. Muita gente queria linchar o autor do massacre. Mas Wellington já estava morto.
Imagens exclusivas mostram os primeiros resgates, feitos pelo helicóptero blindado da Polícia Civil, que pousou em um campo de futebol, perto da escola. As vítimas foram levadas para hospitais da região.
Segundo a polícia, a escola não tem câmeras nas salas de aula. Os investigadores contam com o depoimento dos sobreviventes para saber exatamente como o atirador agiu.
A polícia acredita que as meninas foram alvos mais fáceis porque entraram primeiro nas salas em estavam sentadas nas carteiras da frente. Os meninos chegaram depois e teriam ficado nas últimas fileiras.
Fotos também ajudam a contar o drama das crianças. Mochilas abandonadas e cadeiras espalhadas. Muitas cápsulas de bala pelo chão. E o desfecho trágico de um dia que marcou o rio e todo o país para sempre.
O diretor da escola forneceu, nesta sexta (8), novos detalhes da tragédia. Segundo Luiz Marduk, Welington esteve no colégio na semana passada para pedir uma segunda via do histórico escolar e perguntou se uma antiga professora ainda trabalhava ali. Na quinta (7), depois de pegar o documento, pediu para visitar a professora. Conversou rapidamente com ela, subiu para o andar das salas de aula e, logo em seguida, deu início ao massacre.

Fonte: Jornal Nacional

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