por Hirata
Aconteceu no meio da manhã desta quarta-feira, 22/12, o sepultamento do instrutor da “Escolinha de Futebol Pé do Atleta”, CLODOMIR DE ALMEIDA SOUSA, “CLODOMIR”.
Velado durante toda a tarde e noite de terça-feira, CLODOMIR deixou a quadra da “sedel”, acompanhado por centenas de pessoas: crianças, adolescentes e jovens, alunos e ex-alunos; pais, amigos/as, gente que o admirava por sua dedicação, beirando o sacrifício pessoal e familiar, para treinar a garotada. O cortejo passou pela moradia de CLODOMIR, também a do “VALDIR”, que se foi a três anos. A ambos pode ser creditada a criação como a manutenção, na base da garra, da raça, da cara e da coragem, como diz o povo: quando “VALDIR” se foi, CLODOMIR, de corpo e alma, assumiu.
No sábado,18/12, pela manhã, levou sua garotada sub-16 a mais um título municipal, contra o tradicional rival “Coração da Vila”, cujo instrutor, outro baluarte e herói do futebol de base, MESSIAS, não se conforma com a súbita e precoce de um companheiro de “bola”.
O momento marcante foi a parada, reverente, em frente ao campinho da Apil, na Rua Camguru. A garotada, abraçada e em silêncio, homenageava seu instrutor, que por quase dez anos, fez do campinho da Apil, primeiramente com “VALDIR” depois só, seu local de trabalho, encarando treinar bem mais de cem meninos.
Por todo o percurso, o desconsolo da meninada, a lamento de pais, mães. Bento “Camarão” de Sousa, no carro de som, lembrou que o descaso com a saúde no município pode ter levado CLODOMIR.
Questionou “cadê a imprensa ? televisão, rádio, jornal... Por que a imprensa não está falando da morte de CLODOMIR?”.
Suplente de vereador, indignou-se com a falta de valorização e reconhecimento público, de gente que dedica a vida a um ideal, gente como CLODOMIR, como “VALDIR”.
Cobrou do secretário de desporto, Josué Alves, mais ação e mais atenção ao esporte de base.
Na parada em frente ao campinho da Apil, repúdio geral contra o estado lastimável da Rua Camguru, um lamaceiro e esfoto a céu aberto, bem como as cercanias do campinho, limitados por matagal, esgoto, lama,lixo...
No cemitério, o “campo santo” do Jardim de Alah, mais lamentação, pela situação de abandono, entregue também ao matagal...
Que tristeza, CLODOMIR se indo nestas condições, mas tudo bem com ele, está com Deus, está em paz, descansa merecidamente de um trabalho árduo de tantos anos! Imagine-se o que é treinar, duas três vezes , centenas de meninos, agitados, cheios de energia e vontade, e dirigir quinze, vinte meninos, uma ou duas vezes em jogos por semana! ( Tenho dois meninos, e dois afilhados na Escolinha, não queria estar na pele do CLODOMIR...)
É preciso muito coração, muita alma, é preciso uma vida!
CLODOMIR, sabemos que está com Deus, sabemos que está em paz!