quinta-feira, 8 de julho de 2010

Menor revela detalhes do crime contra Eliza Samudio em depoimento

Ele disse que foi convidado por Macarrão, amigo de Bruno, a levar Eliza ao sítio do goleiro, em Minas Gerais. O adolescente disse que os ossos de Eliza foram concretados no mesmo terreno em que ela foi morta.

Você vai ver agora os detalhes do depoimento que provocou uma reviravolta no caso Bruno. A reportagem exclusiva é de Paulo Renato Soares e Tyndaro Menezes.

Em quatro folhas, o menor apreendido na terça na casa do goleiro Bruno conta sua versão dos fatos. Ele disse que foi convidado por Macarrão a levar Eliza Samudio ao sítio do goleiro Bruno, em Minas Gerais. Macarrão já tinha planejado tudo e mandou o adolescente se esconder no porta-malas do carro.

Já com o carro em movimento, o menor se levantou com a arma em punho, rendendo Eliza e dizendo: "Perdeu Eliza".

Eliza conseguiu pegar a arma e atirou contra o menor, mas a arma estava sem munição. O adolescente conseguiu recuperar a arma e deu três coronhadas na cabeça de Eliza.

A viagem continuou até o sítio de Bruno. O rapaz dormiu em um quarto, Macarrão em outro. E Eliza, com o filho, dormiu em um terceiro quarto. Havia também uma empregada doméstica.

No dia seguinte, Eliza não permaneceu trancada. Sérgio Rosa Sales, que chegou naquele dia, passou a vigiar Eliza.

O menor disse que viu Sérgio entregar um telefone para que Eliza ligasse para uma amiga de São Paulo. Sérgio mandava dizer que estava tudo bem, que ela receberia dinheiro e apartamento em Belo Horizonte. Eliza foi ameaçada de morte caso não dissesse o combinado.

No dia seguinte, Bruno chegou de táxi ao sítio, pois tinha viajado de avião para Belo Horizonte. O adolescente conta que ouviu Bruno dizer para Macarrão e Sérgio que era para eles resolverem o problema, que não queria problemas para o lado dele e que ele, Bruno, não saberia de nada.

Macarrão e Sérgio disseram que não poderiam libertar Eliza, pois o problema seria ainda maior. Bruno disse então que já tinha acontecido "M" da primeira vez, e não queria que o problema se repetisse com Eliza.

O goleiro permaneceu no sítio por duas horas e depois chamou um táxi para levá-lo até o aeroporto, pois queria voltar para o Rio no mesmo dia.

No dia seguinte, o adolescente, Macarrão, Sérgio, Eliza e o filho dela entraram no carro de Bruno e seguiram rumo a Belo Horizonte.

O adolescente contou que chegaram a um local que se parecia com um sítio. Foram recebidos por um homem alto, negro, chamado Neném.

Vem então a parte mais forte do depoimento: Neném pegou Eliza, amarrou os braços dela com uma corda e deu uma gravata, sufocando-a. Neném pediu que todos deixassem o local. Sérgio carregava o filho de Eliza.

Logo depois, Neném passou carregando um saco e seguiu em direção a um canil, onde havia quatro rotweillers. O adolescente viu o momento em que Neném retirou a mão de Eliza e arremessou para os cães.

O adolescente disse que os ossos de Eliza foram concretados no mesmo terreno em que ela foi morta. Ele inocentou a mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, de participação no assassinato de Eliza.

Segundo o menor, Daiane foi ao sítio de Bruno depois do crime e soube apenas que o bebê de Eliza tinha sido deixado no local.

O menor voltou para o Rio de Janeiro depois do assassinato e, desde então, estava escondido na casa de Bruno.

O menor disse ainda que não falou com Bruno sobre o que aconteceu com Eliza, mas acredita que Macarrão tenha contado o desfecho do sequestro.

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